Sentado num banco do jardim aquece os velhos ossos ao sol.
Com 70 anos, sem filhos e viúvo, vive sozinho. Não tem, sequer, animais.
Bebe um café religiosamente num dos cafés do bairro.
As tardes são passadas conforme as estações do ano. No verão senta-se à volta de uma das mesas do jardim, a ver outros, como ele, a jogarem ora cartas ora dominó.
A sua vida é assim marcada pelos breves momentos em que se "dá" aos outros. Conversa, opina, embora nunca fale de si.
É somente mais um entre muitos, não tem amigos, somente conhecidos. Já não vê interesse em realmente dar-se aos outros, em depender ou dispender, fartou-se. Está velho e espera a morte, pacientemente.
Já não se interessa por aquilo que os os outros mostram interesse.
Não padece de nenhuma doença, em 70 anos foi 2 ou 3 vezes ao médico.
Volta para casa pensando na vida que levou, nos amigos que teve, na esposa que morreu. Não sente mágoa ou dor, Deus assim o quis, pensa estoicamente.
Vive à espera do fim. E isto define a sua vida!
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