Saturday, March 31, 2007

Memórias

Olho para trás e sorrio. Apesar do quarto de século, acredito que já vivi algumas coisas engraçadas. Pelo menos para mim…
Acho que nos esquecemos, facilmente, do que experienciamos diariamente. E isso é o que nos faz ser nós mesmos. Somos resultado de tudo. Da rua em que vivemos, dos amigos que temos e tivemos, das experiências por que passámos, pelas viagens que fizemos, pelo que vimos, etc. Acho que já perceberam o ponto. Como humanos gostaríamos de voltar atrás e poder mudar algumas coisas.
Era bom, mas ainda bem que não podemos. Desse modo podemos (e devemos) aprender com os erros.
Olho para trás… Ter pais alentejanos permitiu-me uma enormidade de experiências (uso enormidade, pelo que vou dizer a seguir e comparando com essa realidade) em relação ao que vejo hoje em dia. Tive oportunidade de conhecer a vida “citadina” (à falta de palavra melhor) e a rural. Tive oportunidade de ir ao teatro e ao cinema, mas também andei de burro, de carroça, fui buscar água à fonte, alimentei bezerros, assisti a vacalhadas, fui à pesca e à caça, apanhei lagostins, sei lá mais o quê.
E para o bem e para o mal, isso fez de mim o que sou hoje. Os verões eram passados aqui pela praia, por Montargil e por Montejuntos, perto do Redondo/São Pedro do Corval. A barragem, as hortas, as caminhadas (se calhar era por isso que não era tão redondo) pelos montes e planícies alentejanas, Montargil (um dos meus locais favoritos), Ponte de Sôr (outro) são imagens que habitam cá dentro. E por vezes sinto falta de andar por ali, não só em memória, mas também literalmente.
Foi em Montargil que comecei a namorar com a minha trolhinha (em 2006), foi em Montargil que conheci muitos dos meus verdadeiros amigos, no ABS durante os verões. É de bom tom o português ser saudosista. Está na herança genética. Mas pode ser bom, viver e reviver as experiências passadas. É este o meu desejo e a minha vontade, em próximos posts.

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