"Ega, em summa, concordava. Do que elle principalmente se convencera, n´esses estreitos annos de vida, era da inutilidade de todo o esforço. (...)
- Se me dissessem que alli em baixo estava uma fortuna como a dos Rothschilds ou a corôa imperial de D. Carlos V, à minha espera, para serem minhas se eu para lá corresse, eu não apressava o passo...Não! Não sahia d´este passinho lento, prudente, correcto, seguro que é o único que se deve ter na vida.
- Nem eu! - acudiu Carlos com uma convicção decisiva. (...)
- Oh, diabo!... E eu que disse ao Villaça e aos rapazes para estarem no Braganza pontualmente
às seis! Não apparecer por ahi uma tipoia!...
às seis! Não apparecer por ahi uma tipoia!...
- Espera! - exclamou Ega. Lá vem um "americano", ainda o apanhamos. - Ainda o apanhamos! Os dois amigos lançaram o passo, largamente. (...)
-(...) Com effeito, não vale a pena fazer um esforço, correr com ancia para cousa alguma...
Ega, ao lado, ajuntava, offegante, atirando as pernas magras:
- Nem para o amor, nem para a glória, nem para o dinheiro, nem para o poder... A lanterna vermelha do "americano", ao longe, no escuro, parára. E foi em Carlos e em João da Ega uma esperança, outro esforço:
- Ainda o apanhamos!
- Ainda o apanhamos!"
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