Está guardado. Do vento e da chuva. Sentado na cadeira de rodas, lembra-se de sentir a chuva enquanto ia para a escola. Com saudade, relembra aquela gota, sempre incómoda, que lhe acertava no pescoço, que descia gelidamente, fintando a roupa. Lembra-se da mãe, zangando-se, primeiramente, resignada, depois, pedindo-lhe que levasse o chapéu de chuva. E ele, perguntando qual chapéu de chuva, saía, sorrindo.
Cansou-se de levar chapéu para a escola e de chegar a casa molhado, esquecido o chapéu numa sala de aula ou no autocarro.
Sente saudades de andar, de correr. Mas é de sentir a chuva no corpo que mais sente falta.
Está preso. Do vento e da chuva. Sentado na cadeira de rodas, chora...
Thursday, April 17, 2008
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