Tuesday, May 13, 2008

Viu-a de soslaio. Esperou que se virasse. Era baixinha, teria cerca de 60 anos (o que nunca é fácil de avaliar), uma mala com rodas e o cabelo cinzento (que raio de cliché, pensou). Escolheu a faca de caça, bradiu-a no ar uma ou duas vezes.
Avançou impetuosamente e acertou-lhe no braço. Viu sangue, pouco ainda, a jorrar. Sem dar oportunidade a que a velha se virasse, espetou a faca nas costas. Uma, duas, três vezes.
Virou-a, tapou-lhe a boca com a mão e espetou, novamente, a faca, desta vez no estômago.
Feliz com a forma como o tinha feito, bem melhor do que da última vez, olhou para o canto superior do ecrã, 50000 de pontos.
Jooooão, anda comer - ouviu a mãe chamar.
E lá foi ele, esganado de fome, com a vista um pouco cansada, resultado das 4 horas de jogo, naquela manhã.
Deu um beijo à mãe que ainda não vira, e sentou-se à mesa. Olhou para o bife mal passado. Para a faca de serrilha.
Depois para a mãe. E sorriu.