Sentado,
escrevo.
Num velho caderno que me foi oferecido
há imenso tempo,
para que me lembre por quem.
Encontrei-o no meio daquelas coisas
esquecidas e perdidas
que temos em casa.
Achei-o ideal para a história que tenho em mente.
E vou escrevendo.
Até que me apercebo que as folhas acabaram,
e o mesmo não acontece com a história.
E não tem sentido,
não tem sentido,
terminar a estória noutro caderno.
Esta narrativa pertence a este caderno.
Triste pelo fim abrupto,
caminho
até ao pontão.
Olho para o caderno,
numa tentativa muda
esperando que ele me diga se quer ir inteiro ou separado
de encontro ao frio molhado das águas.
Viro as costas, depois de lançar o caderno.
Escrevo,
sentado.
Monday, April 09, 2007
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